INFORMAÇÃO
Nascida em 1993 na cidade de Pedra Badejo, Santa Cruz, na ilha cabo-verdiana de Santiago, Elida Almeida cresceu na casa dos avós em Matinho. Depois da morte prematura de seu pai, teve então de deixar tudo o que conhecia para trás e mudar-se com a mãe para a ilha de Maio, até então desconhecida para ela. Apesar de tudo, Elida recusou-se a deixar o infortúnio amortecer seu espírito. Sua infância era cinza, mas seus sonhos brilhantes e coloridos. Depois da escola em Maio, ela ajudava a mãe a vender coisas na rua e aprendia a cantar na igreja, chegando até a se apresentar em um programa de rádio local. Cogitou um dia seguir a carreira de juíza para ajudar os menos afortunados, mas a música sempre foi sua grande paixão.
Ela já era mãe no regresso a Santa Cruz, mas ainda conseguia manter os estudos e cuidar de seu filho e irmãos mais novos. Sua auto-confiança era inabalável e ela era uma estudante excepcional, ganhando prêmios diferentes a cada ano durante todo o ensino médio e faculdade. Enquanto isso, a música permaneceu sendo seu grande conforto. A primeira canção que escreveu quando ainda no colégio já falava de tristeza, mas também refletia suas esperanças e sonhos crescentes.
O primeiro álbum de Elida, “Ora Doci Ora Margos” é inteiramente baseado no início da sua vida e nas experiências doces e amargas que moldaram sua humilde existência. Ela compôs a letra e a música da maioria das canções deste primeiro registro e canta com uma sinceridade comovente que irá mover todos aqueles que se identificam com sua história. Até mesmo o ouvinte mais desapegado ficará encantado e envolvido por sua voz profunda que parece brotar do santuário mais íntimo de seu coração: animado, ainda jovem e mergulhado nas tristezas de sua infância conturbada. Conforme se ouve o álbum, pode-se facilmente imaginar a água cristalina de um córrego jorrando sobre a paisagem árida e rochosa da ilha de Santiago, tecendo os obstáculos em sua rota como se superasse um desafio após o outro no seu caminho para o mar – como os “momentos de alegria e de dor” que enchem as vidas e destinos do povo de Cabo Verde.
Com suas melodias folk reforçadas por instrumentais de Santiago (batuque, funaná e morna) e elevados pelos arranjos sutis de guitarrista Hernani Almeida, este álbum tem o poder de reverter fronteiras e conquistar o mundo.